sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Warning: brainwash

Eu adoro um bom filme ruim. E gosto particularmente de um subgrupo – as paródias, como por exemplo Todo Mundo em Pânico. Por quê paródias? Acho que é porque você só entende as piadas se já assistiu tudo quanto é filme “sessão da tarde”.Ou seja, uma paródia acaba compensando tudo o que eu já vi de ruim com algumas boas risadas.

Então, um dia desses aluguei um filme chamado Corra Que Tem Louco Por Aí. A sinopse prometia brincar com os filmes do Michael Moore (diretor de documentários como Tiros em Columbine), tendo o ator de comédia Leslie Nielsen num dos papéis. Pronto! Com esse título, sinopse e ator, só poderia ser um bom filme ruim.Veja o trailer:



Mas não é bem por aí. O título original do filme é An American Carol, em alusão ao conto de Charles Dickens. Na história original, chamada A Christmas Carol, um homem rabugento recebe a visita de 3 fantasmas, que lhe ensinam uma lição valiosa sobre o valor das pessoas e do Natal. (Você deve se lembrar de alguns filmes com essa dinâmica. Senão, assista Os Fantasmas de Scrooge - aquela animação com o Jim Carrey, que é bem fiel ao conto.)


No filme, o diretor Michael Moore é quem recebe essas visitas. Não por ser rabugento, mas por odiar seu país.

A história mostra o que poderia ter acontecido se os Estados Unidos fossem um país diferente. Usam como exemplo a Guerra Civil americana.

Um dos fantasmas, que é um soldado, leva o diretor para um mundo paralelo onde o combate nunca existiu. Nessa realidade, negros ainda seriam escravos. Para deixar tudo ainda mais apelativo, alguns escravos fazem referência à pessoas importantes. Um deles, por exemplo, se chama Mandela.

Não entendo o suficiente de história americana para poder contestar, mas me parece uma relação um pouco forçada. Fazendo uma pequena pesquisa, descobri que realmente se trata de um filme criado pelo pessoal de direita dos EUA.

Isso acabou me lembrando de outro filme, em que há uma ideologia escondida entre uma cena e outra: Desafiando Gigantes. Aqui, a mensagem religiosa não está aparente desde o começo do filme, só ficando mais clara depois de alguns momentos e um pouco de senso crítico.



Longe de mim querer discutir política ou religião por aqui. Não é essa a idéia. Fico pensando se os filmes, além das restrições de idade, um dia terão avisos sobre propaganda política ou religiosa. Algo como “Esse filme não é indicado para ateus” ou então “Se você votou no Obama, não assista a esse filme”.

E há quem diga que a propaganda ainda não invadiu o cinema.

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