Imagine um mundo onde ninguém sabe mentir. Essa é a premissa do filme O Primeiro Mentiroso. Pelo trailer, você já consegue ter uma idéia.
Numa das cenas do filme, aparece um comercial “sincero” da Coca-Cola. Clique aqui para assistir.
Abaixo coloquei uma transcrição do que é falado no comercial.
- Oi, eu sou o Bob, porta-voz da Coca-Cola. Estou aqui para pedir que continuem comprando Coca-Cola. Sei que a bebem há anos, e se ainda gostam, queria lembrá-los para comprar de novo em breve. É basicamente água com açúcar mascavo. Os ingredientes não mudaram muito, então não há nada novo que eu possa contar. Mudamos um pouco a lata. As cores estão diferentes aqui e colocamos um urso para as crianças gostarem de nós. Tem muito açúcar, e como qualquer refrigerante de alta caloria pode levar à obesidade de crianças e adultos que não tenham dietas saudáveis. É isso. È a Coca. É muito famosa. Todos a conhecem. Sou Bob. Trabalho na Coca-Cola. E peço para não pararem de comprar Coca. Só isso. (Ele dá um gole. Aparecem na tela o logo da Coca e a assinatura “È muito famosa” e ele continua falando) - Meio doce. Obrigada.
E não pára por aí. Depois aparece um anúncio da Pepsi, dizendo algo como: “Pepsi, para quando eles não tiverem Coca-Cola”.
Acho que vale ver o filme apenas para curtir essas doses de sinceridade. Alguns diálogos são realmente muito bons.
Inevitavelmente, acabei me lembrando de outro filme: Muito Loucos (Crazy People). Aqui a história é a seguinte: um publicitário surta e começa a criar anúncios que só falam a verdade. Ou pelo menos a verdade de uma forma bem diferente:
Fico me perguntando como foi a negociação com essas marcas, para que fosse permitido falar esse tipo de coisa que "todo mundo sabe".
Será que a exposição vale a pena? Será que o fato da marca ser tratada como elemento cultural compensa o teor negativo da mensagem? Ou isso acaba sendo apenas uma forma divertida de colocar marcas nas conversas de pessoas comuns?
Qual é a sua teoria?
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