segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mark Zuckerberg, o Barba Negra

No sábado, dia 20 de novembro, fui assistir a pré-estréia de A Rede Social (graças ao querido amigo Alex Mourão).

O filme narra o conturbado surgimento do Facebook através de Mark Zuckerberg, até então um estudante de Harvard.

E nada explica melhor do que se trata essa história do que o cartaz do filme: "Ninguém faz 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos". Um deles, inclusive, é o brasileiro Eduardo Saverin, co-fundador da rede social.

Mas por que o Facebook deu certo?
Uma pergunta que ficou na minha cabeça: no final das contas, por que o Facebook deu tão certo? Se a gente for olhar, antes do Facebook chegar já existiam outras redes sociais funcionando, como por exemplo o Friendster (2002) e MySpace (2003). O Facebook, que se chamava The Facebook, foi lançado apenas em 2004.



Não podemos ter certeza, mas podemos pensar em algumas possibilidades:

EXCLUSIVIDADE
O Facebook foi desenvolvido inicialmente apenas para as universidades mais importantes e exclusivas dos Estados Unidos, aquelas que compõem a Ivy League. Ou seja, um clube formado pelos principais estudantes do país, aqueles com maior acesso e poder aquisitivo

A maioria dos jovens nos EUA gostaria de fazer parte desse seleto clube.

Para a gente ter outro exemplo, é só lembrar o início do Orkut no Brasil: só entrava quem tinha convite. Somente isso já fazia um barulho, gerava curiosidade.

E todo mundo queria fazer parte, ser convidado e entrar no clube.


Mas, voltando ao Facebook: com o passar do tempo ele foi abrindo suas portas para outras universidades, depois também para os secundaristas. Daí foi só um passo antes do mundo inteiro entrar nesse clube.


PARCERIAS
Mark Zuckerberg procurou estabelecer parceria com Sean Parker, co-fundador do Napster, por quem tinha uma grande admiração.

Sean teve grande participação na forma com que o Facebook foi conduzido nos anos seguintes. Por ser uma pessoa influente, ajudou a divulgar a rede social em outros lugares e, de quebra, foi quem viabilizou outra parceria: Peter Thiel, co-fundador do PayPal, que se tornou angel-investor do Facebook.

QUALIDADE
O Facebook oferecia ferramentas bem elaboradas e implementadas. A experiência dos usuários dentro da rede social era superior às criadas em outras redes naquele momento.

MARK FACTOR
Outro fator que deve ser levado em consideração: a qualidade, criatividade e o espírito subversivo de Mark Zuckerberg. Segundo o filme, ele já havia criado outros projetos interessantes antes de inventar o Facebook. (Um deles acabou interessando a Microsoft, mas Mark acabou disponibilizando o material de forma gratuita na web.)
Mark era a força motriz e a força criativa do Facebook. Assim como fez Steve Jobs na Apple, Mark conseguiu traduzir a sua personalidade no dia-a-dia da empresa. Ele, por exemplo, não permitiu a entrada de propaganda na rede social durante algum tempo, por não acreditar nos modelos existentes até então.

Ainda não sabemos ao certo o que gerou todo o sucesso do Facebook. Provavelmente foi a soma de todos esses fatores citados acima. O próprio filme é mais um desses fatores de agora em diante. Mas ainda existe outro fator a ser considerado...

Piratas do Silício
A Rede Social me lembrou muito o Pirates of Silicon Valley, de 1999.



O filme mostra o surgimento da Microsoft e a relação entre Steve Jobs e Bill Gates. Para quem não sabe, reza a lenda que Bill Gates convenceu Steve Jobs a participar do desenvolvimento do Macintosh, apenas para se apropriar dos avanços criados pela Apple. O fato é que a Microsoft lançou no Japão um produto com a interface gráfica desenvolvida pela Apple. E aqui podemos usar novamente uma frase, que aparece no trailer, e que mostra do que se trata o filme.

“Good artists create. Great artists steal.”
(Leonardo da Vinci)

Se a gente for pensar, o mundo da tecnologia, tal qual conhecemos hoje, nasceu seguindo essas leis. Em sendo assim, Mark Zuckerberg só mostrou o que realmente era desde o início: um estudante genial, que aprendeu perfeitamente as lições de seus professores. E esse é mais um motivo para o sucesso do Facebook.

2 comentários:

  1. Gostei do post, só não gostei tanto do comentário do DaVinci :P

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  2. Pois é, eu também não gosto muito da frase. Ela prega a injustiça, vamos dizer assim. E é ainda mais assustadora por ser atribuída a quem criou tantas coisas. Nos faz pensar se ele criou aquilo tudo mesmo, né?

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