Após semanas de ansiedade, finalmente consegui assistir O Último Exorcismo. Se você pretende assistir, corra - não deve ficar muito tempo em cartaz. (E se você não gosta de ouvir nenhuma opinião antes de ir ao cinema, sugiro que não continue lendo esse post :)
Vamos começar assistindo ao trailer:
Além disso, rolou uma ação muito bacana no Chatroulette, que depois virou um vídeo de divulgação. Confira:
Bastante promissor, não? Os cartazes do filme não ficam atrás. Eles também são muito bons:
Overpromise
Era ou não era para ficar empolgado com esse filme? Mas parece que a Promoção acabou ficando melhor do que o Produto.
A fórmula é a mesma criada no extraordinário Bruxa de Blair: a história é contada através de um suposto documentário.
Todas as imagens são captadas por uma handycam, o que realmente aumenta a tensão de algumas cenas. Não é uma idéia original, mas que pode ter o seu valor.
É só a gente lembrar de filmes como REC, Contatos de 4º Grau e Atividade Paranormal. Eles foram evoluções dentro dessa nova “categoria”, inaugurada por Bruxa de Blair, ao incorporar efeitos para deixar as cenas ainda mais assustadoras.
Em O Último Exorcismo, isso não acontece. Não há inovação. As cenas supostamente assustadoras são comuns, não exploram o uso da handycam. E, pior: para atenuar o clima de medo, trilha e efeitos sonoros foram incorporados. (O que faz as pessoas se perguntarem: “De onde essa música está vindo?”)
Não vou discutir o casting e a qualidade dos atores, ou mesmo os efeitos visuais. Para mim aqui o problema foi outro: a idéia foi possuída.
Exorcizando a Idéia
O formato escolhido para fazer esse filme não poderia ser melhor. Colocar o espectador dentro do filme, passando a impressão de que aquilo tudo é verdade, funciona muito bem para filmes de terror. Mas você precisa manter-se fiel ao formato.
Caso contrário, sua idéia não vai ter essência. Vai parecer uma mistura de várias coisas: Bruxa de Blair + O Exorcista + O Bebê de Rosemary + Contos da Cripta.
É o mesmo que acontecia há algum tempo com nossos famosos “virais”, quando alguém falava que o logo tinha que aparecer no final do vídeo. Com a URL.
Muitas vezes precisamos fazer concessões para que uma idéia seja aprovada. Outras vezes, as pessoas se sentem inseguras em fazer algo com muita personalidade. É compreensível, mas faça o seu melhor. Não caia na tentação. Mantenha sua idéia pura. Nem que você precise fazer um exorcismo.
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