Para minha alegria, encontrei um livro que fala justamente disso: Film Business. Escrito por profissionais do mercado, é dividido em 3 partes fundamentais do negócio: produção, distribuição e exibição.
O livro é bem bacana, mas não vou contar detalhes dele aqui. Apenas recomendo a leitura. Bom, mas para deixar o post mais interessante, vou adiantar alguns pontos abordados no livro que vale a pena compartilhar:
2 Anos em Cartaz
Antigamente os filmes costumavam ficar até 2 anos em cartaz – e com antigamente quero dizer apenas alguns anos atrás.
O mercado de distribuição funcionava de forma diferente, e certos filmes eram exclusivos de algumas salas. Um filme X não passaria em no cinema Y, por conta dos contratos de exclusividade entre distribuidor e exibidor. O tempo que o filme ficava em cartaz também era variável – essa carreira nas telonas poderia demorar anos, até que finalmente o filme “se pagasse”.
No modelo atual, com as Salas Multiplex, os filmes brigam por um lugar no escurinho. A bilheteria de um filme em cartaz não pode ser menor do que a média do último ano. Caso contrário, o filme deixa de ser exibido.
Elitização do Cinema
Você sabe quem introduziu a meia-entrada nos cinemas? Getúlio Vargas. Mas o que era pra ser uma medida de popularização acabou tendo o efeito colateral de elitizar a audiência.
As meias-entradas, antes emitidas apenas por algumas entidades, passaram a ser distribuídas por qualquer instituição de ensino. Para complicar ainda mais, o benefício foi estendido para outras categorias, além dos estudantes.
Dessa forma, os donos de salas de cinema tiveram que aumentar o valor do ingresso, para compensar mais de 60% do público que só paga a metade. E aí, quem não é estudante, idoso, professor, ou quem não estiver dentro de outras categorias especiais que tenha acesso à meia-entrada, fica refém dos altos preços.
Como as salas de cinema lucram?
A atividade primária de uma sala de cinema é exibir filmes. Mas você sabe onde está o verdadeiro lucro? Não está nos filmes!
1o) Publicidade
2o) Concessões (bomboniére)
3o) Bilheteria
4o) Locações para Eventos
Boca-a-boca
Na minha opinião, o livro peca (e muito) num momento. Quando o assunto é divulgação, ele afirma que não existe nada melhor do que TV para divulgar um filme. E o melhor é a justificativa: por causa do boca-a-boca que a televisão pode promover.
Hello? Boca-a-boca? Internet? Rede social?
Bom, como trabalho com comunicação digital, você pode achar que meu julgamento não é imparcial. E você tem razão. Ainda assim, acho um absurdo um dos autores do livro sentenciar as outras mídias como coadjuvantes, principalmente aquela que é claramente a mais fluente em viralização.
Esse é a única parte do livro que me decepcionou, pois mostrou uma visão antiquada, ultrapassada. A minha esperança é que o pessoal de marketing não pense mais assim, pelo bem do cinema (e, claro, da comunicação digital) no Brasil!
Para essa história terminar com final feliz, vamos deixar dois bons exemplos de divulgação usando o ambiente digital: Bruxa de Blair e Cloverfield.
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